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sexta-feira, 29 de março de 2013

A Ilha das Tartarugas I

História

A Ilha das Tartarugas I


Deserto de Sograt – Guilda dos Mercenários/Assassinos
Tarde

Por um corredor estreito e escuro, iluminado com poucas tochas, a algoz caminhava movida por sua curiosidade. Há tempos o líder da guilda não precisava de seus serviços. Com o início do Ragnarök muita coisa estava fora de controle, seres que não deviam existir nesse mundo andam livremente, animais que deveriam ser dóceis ou contidos se transformavam em verdadeiros monstros... Mas o que a faria ser convocada?

No final do corredor a sala do chefe encontrava-se vazia, sem os guardas de costume.

“Já faz algum tempo Lin.”

“Sim faz, mas como você deve saber tenho andado ocupada com A Organização.”

“Sei bem de suas investigações, mas suas habilidades são necessárias em outro lugar. O equilíbrio se desfez em diversas partes do reino e é nosso trabalho mantê-lo.”

“Minhas habilidades são bem específicas chefe, conter o avanço de monstros não me parece ser um bom uso delas.”

Nesse momento o rosto do líder da guilda ficou sério e intimidador.

“Espero não ter de lembrá-la algoz de que apesar de eu ser o líder dos mercenários eu ainda sou seu superior.”

A pose de Lin se desfez leve e rapidamente e ao recobrar o equilíbrio Lin disse:

“Claro que não, mas então me diga, que perigo tão grande é esse que os mercenários não possam resolver?”

“Já ouviu falar em uma ilha ao sudeste de Alberta em que tartarugas se desenvolveram de uma forma estranha?”

“Todo membro da classe mercenária sabe disso. O local foi usado como campo de treino para nossa guilda. Eu pensei que esse problema havia sido controlado anos atrás.”

“De fato, grupos de contenção foram enviados a dois anos quando o número de tartarugas aumentou significamente. O que se sabe dos mercenários é que na ilha há um palácio escondido, aparentemente deserto, só as tartarugas selvagens habitam o palácio. Tomaram conta de tudo. Não se sabe a quem esse palácio pertencia.”

“Isso tudo parece bem misterioso, mas ainda não entendo. A função da guilda dos mercenários é manter o equilíbrio para que nenhuma força seja maior do que deve e não disputar território com monstros. Pelo que sei as tartarugas não vão montar um exército e ‘atacar’ Alberta haha.”

“Muitos aventureiros foram até a ilha atrás de tesouros e não retornaram mais. Monges atrás de crescimento espiritual, homens gananciosos atrás de tesouros, marinheiros, piratas, uma infinidade de tipos de pessoas. Poucos voltaram, mas esses poucos afirmam que há algo errado nas dependências do palácio na ilha. Ninguém conseguiu acessar os cômodos mais profundos do palácio.”

“Como assim?”

“O palácio apesar de abandonado está impecável. Não se encontra destruído nem sujo. Além disso os monges que retornaram afirmam ter sentido lá a mesma energia que emana em Glast Heim. Essa energia junto ao grande número de tartarugas tornou impossível adentrar o palácio.”

Era possível ver o espanto no rosto de Lin ao ouvir isso, enquanto o líder continuou o relato:

“Se isso for verdade, significa que essa ilha é uma das áreas que usam a energia dos demônios do passado, um dos pilares que sustentam a volta desses seres malditos.”

“Entendo...”

“Por essa razão, preciso que você investigue e contenha esse desequilíbrio, seja ele demoníaco ou angelical, nenhum poder deve se sobressair, ou os humanos estarão ameaçados.”

“Mande alguém para vigiar meus negócios.” – Disse Lin saindo da sala – “Vou procurar saber o que está acontecendo, espero que não seja uma perda de tempo.”

...


Alberta
Tarde do dia seguinte

Por todo lado se viam mercadores, caixeiros viajantes e ferreiros, os negócios fervilhavam nessa tarde em Alberta.

Lin, sem suas roupas tradicionais de algoz procurava informações no porto.

“Acho que escolhi o pior dia pra vir aqui, é época de exportação de mercadorias, não tem um só marinheiro parado.” – Pensou.

Grandes navios eram carregados e partiam para diversos lugares, abarrotados de mercadorias. Toda vez que Lin falava sobre a tal ilha das tartarugas com algum marinheiro escutava as mesmas respostas:

“Ninguém mais vai àquele lugar, não tem nada de valor lá! Só algumas plantas raras na entrada da ilha.”

“Já ouvi falar, mas nem sei como se chega.”

“Agora que os portos de Midgard estão abertos para os estrangeiros, nenhum marinheiro tem porque se enfiar nesses buracos, os negócios nunca estiveram tão lucrativos.”

“Ta maluca garota? Quer virar comida de tartaruga é?!”

E assim foi durante horas...

“Que droga, como vou descobrir o que acontece naquele lugar se nem consigo ir pra lá?”

Nessa hora Lin avistou as docas de pequenos barcos e viu vários pescadores. Um leve sorriso veio em seu rosto e ela se dirigiu até lá.

“Quanto para me levar na ilha das tartarugas?” – Disse ela a um pescador com roupa de marinheiro que entalhava algo em madeira.

“Haha e o que uma mulher bonita como você quer fazer lá?”

“Eu disse ‘quanto’?” – Repetiu séria.

“Ae pessoal a garota que ir à ilha das tartarugas!” – Disse ele para os outros pescadores.

“AHHAHAHAHA” – Todos riam de Lin que a essa altura estava com cara de poucos amigos.

“Mas então você não sabe?” – Disse outro pescador enquanto tecia a linha para rede. – “Ninguém sabe chegar lá.”

“Como assim ninguém?! Todo mundo sabe que a ilha fica a sudeste daqui!”

“Escuta menina, disse o entalhador, saber todo mundo sabe, mas desde que o comercio abriu para o oriente o caminho se perdeu. Os mais velhos se aposentaram e os jovens vivem como mercadores agora, não aprenderam o caminho. Ninguém tem porquê ir lá.”

“É tenho ouvido muito isso por aqui.” – Disse Lin séria.

“E também, o ‘Moskovo’ ali tem pescado muito por aquelas bandas e nunca viu a tal ilha.”

“Pra mim é lenda! Só o que tem naquela direção é neblina e o farol de Comodo.” – Disse o “Moskovo”.

Lin Deixou as docas desconcertada.

“Como é possível que ninguém saiba o caminho se há dois anos houve uma expedição mercenária pra lá! Não acredito que vou ter que retornar na guilda para perguntar como chego na ilha, é ridículo!”

Um ancião que estava nas docas enquanto Lin tentava descobrir algo se dirigiu até ela.

“Acho que sei quem pode te ajudar minha jovem...”

Lin olhou pra trás avistando o velho e lhe dando atenção.

“Mas ainda não entendo o que uma mulher tão bela vai fazer num lugar como aquele.”

Sentindo que devia alguma satisfação ao velho, mas sem deixar de lado confidencialidade da missão disse:

“Certas coisas a gente não pode evitar, não é verdade?” – Disse Lin dando uma piscadinha para o coroa que sem graça e ao mesmo tempo se achando viril disse:

“Entendo, você é uma aventureira como eu fui! Está certo, acho que posso te dar uma ajuda pelos meus velhos tempos...”

“Seria ótimo!”

“...se você me der um beijinho.”

Com a maior cara de espanto do mundo Lin olhava para aquela ameixa seca em sua frente pensando o que seria pior, ser punida pela guilda ou beijada pelo velho.

“Er... Bem...”

“Quer ou não quer?” – Reclamou o velho percebendo o nojo de Lin.

“Claro!... que sim, digo, claro que sim haha” – Ria sem graça.

“Então vamos lá!” – Fazia biquinho o velho, pronto para o beijo.

“Ei, mas como vou saber que fala sério?! Tem que me dizer algo primeiro!” – Lin se esquivava como podia. – “Me diga primeiro vai, até porque, eu não tenho pra onde fugir não é verdade?” – Disse ela estendendo os braços mostrando a área aberta do porto.

“Está certo.” – Disse o ancião já aborrecido com a situação – “Na estalagem na entrada da cidade, tem um velho lobo do mar que costuma saber das coisas. Ele deve ter uns 200 anos, não é jovem como eu haha.”

Lin se sentia presa na terra dos fósseis durante a conversa.

“Não digo mais nada enquanto não me der o que prometeu!” – Falou o velho cada vez mais impaciente.

“Ok, eu beijo! Eu beijo!”

O vovô fechou os olhos e mais uma vez fez um biquinho enrrugado esperando o beijo...

“hum?...”

Ao sentir a demora ele abriu os olhos e se viu sozinho no meio da imensa área aberta do porto.

“FILHA DA...”

Menestrel Basära Rômani
Ano da descoberta de Moscóvia
 
 
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