Tocando Agora:
Black Eyes - Biréli Lagrene Ensemble

tocar música

quarta-feira, 24 de abril de 2013

A Ilha das Tartarugas III

História

A Ilha das Tartarugas III


Alberta
Noite

"Carta do explorador

Àquele que ler esta carta, saiba que nossa expedição rumo à Ilha das Tartarugas falhou. Nossos números já estão reduzidos à metade... E com os perigos da ilha e a escassez de alimentos eu... Temo que muito em breve estaremos todos mortos.

Espero que essa carta chegue às mãos de alguém... E que, se um resgate se mostre impossível... Que, ao menos, ela sirva como um aviso aos que intencionarem nos seguir. Por favor... Entenda apenas uma coisa: A Ilha é amaldiçoada.

O pombo correio que usei para enviar a carta anterior voltou essa manhã. O animal, mesmo ensinado, foi incapaz de deixar a ilha... Oh Deus... Estamos amaldiçoados...

Maldita ilha! Não há mais comida aqui! Todas as frutas são venenosas! Ajude-me! Ajudem, por favor! Alguém, por favor, me escute! E me salve...”
 


“Grande herói uma ova...” – disse Lin lendo a carta bastante destruída pelo tempo, escondida próximo a estalagem – “Então foi assim que esse velho ficou sabendo das coisas, ele achou as cartas da exploração da ilha. Mas se ninguém volta de lá, como alguns mercenários da exploração voltaram?” – Pensava em dúvida.

...


Campos de Prontera – Labirinto da Floresta
Manhã do dia seguinte.

Dimytri: “AHHHHHHHHHHH” – Corria o algoz por entre a vegetação que formava um labirinto, seguido de centenas de moscas caçadoras. – “Eu pensei que vir de manhã cedo fosse para evitar perigos e não pra quase ser devorado por moscas carnívoras!”

Atrelegis: “SHHHHHHHHHH, para de chorar, você vai acordar ele!” – Sussurrou o bruxo que se aproximava, com um livro macabro, de um filhote de Bafomé adormecido. – “Se eu pegar ele a gente vai resolver muita coisa.”

Pulando por entre dois galhos de forma horizontal Dimytri deixou pra trás algumas das moscas que o perseguiam e cada vez se distanciando mais do bruxo que o acompanhava.

Atrelegis: “Esse sonso vai se perder tenho certeza... Bom vamos lá...” – Agora bem próximo do pequeno Bafomé, Atrelegis abria o livro e começava a ler. – “Data hujusce imperii utobedientiam summam potestatis facta spiritus ...”

O algoz agora cercado pelas moscas as atacava.

Dimytri: “Já estou bem longe, acho que agora não tem problema fazer barulho.”

Saltando com os katares empunhados, o algoz em movimentos rápidos derrubava algumas das moscas caçadoras. Tocando o chão apenas a tempo de saltar novamente ele continuava o abate, porém cada vez mais o número de moscas aumentava. – “Não vou conseguir esquivar pra sempre, anda rápido.” – Pensava preocupado com o barulho que estava fazendo.

Novamente correndo, Dimytri dava o máximo de si para fugir da região em que se encontrava seu companheiro, quando avistou ao longe, um cozinheiro e uma mulher conversando no meio do labirinto.

Dimytri: “Am?” – Mal teve tempo de analisar a situação e foi derrubado pela infinidade de moscas.

Atrelegis finalizando o feitiço de captura sentiu um ar quente em seu calcanhar.

Atrelegis: “...cum magia... Uhm?!” – Olhando para trás avistou um bando inteiro de jovens bafomés. Petrificado pelo pavor da situação o bruxo agora se questionava se existiria o paraíso.”

O enxame parecia devorar Dimytri, não era mais possível ver o algoz, que caído era totalmente coberto pelas moscas vermelhas. Um vapor venenoso de coloração roxa começava a escapar do local, e o ar a girar cada vez mais rápido até que uma espécie de tempestade tóxica estivesse formada e de repente um impacto, com o poder de um meteoro, explodisse.

Atrelegis cercado pelo bando de bafomés que o fitavam com seus olhos vermelhos não tinha escapatória, até que se ouviu uma explosão no meio da floresta que desviou os olhares dos bafomés.

“BUMMM” – Uma nuvem de poeira subia como se a explosão tivesse devastado boa parte do labirinto. Se aproveitando da distração dos bafomés o bruxo leu em alta velocidade o último trecho do feitiço de captura como quem narrava uma partida de futebol.

Atrelegis: “Foedera firment I intersit.”

O bafomé adormecido acordou a tempo de perceber uma luz estranha e se transformar em um orbe em forma de ovo. Atrelegis pegou o orbe rapidamente e correu em direção a explosão. Os bafomés furiosos com a distração corriam atrás de Atrelegis, armados com foices, dentes e toda a energia negativa que emanava deles.

O bruxo sem parar de correr conjurou uma magia concentrando bastante poder em sua mão, a qual apontava para seus perseguidores. De sua mão uma rajada de gelo correu pelo chão, porém o bando se esquivou com uma maestria digna de um sicário. A rajada congelante acertou um poring que por ali passava. Com os olhos arregalados Atrelegis agora corria mais rápido.

Dimytri se levantava bem maltratado pelas moscas, que agora estavam todas caídas no chão. A explosão destruiu a área em sua volta.

Dimytri: “Aquele idiota, quase me mata.” – Falava ele tirando a sujeira de sua roupa, quando ouve de longe um grito.

Atrelegis: “PEGUEI!...”

Ao se virar ele avista Atrelegis vindo em sua direção com 1 minuto de jovens bafomés correndo atrás dele.

Agora os dois corriam desesperados do bando de bafomés.

...


Prontera – Frente do Hotel Naklas
Manhã

Lin, agora trajada com suas vestes de algoz, saía do hotel e dava uma boa olhada em volta.

Lin: “Segundo a estalajadeira ninguém com esse nome se hospedou aqui.” – Pensava logo depois de ter recebido a informação de Dimytri não ter se hospedado lá. – “Existem muitos hotéis na cidade, não posso procurar em todos, além disso, ele pode ter ficado em qualquer uma das casas daqui. Como conseguir a informação de um algoz que não faz parte da guilda? Esse sim é invisível.”

Lin continuou a busca pela cidade atrás de rastros que Dimytri possa ter deixado.

...


Campos de Prontera – Labirinto da Floresta
Manhã

Uma nevasca poderosa continha o avanço do bando de Bafomés Jr. , Atrelegis que controlava a nevasca em uma espécie de transe dizia calmamente sem perder sua concentração.

Atrelegis: “Rápido, não vai segurar muito tempo.”

Os bafomés se descongelavam rapidamente e avançavam por dentro da nevasca em direção a Atrelegis.

Dimytri no alto de uma árvore tentava entender como sair daquele lugar, aparentemente uma energia mística* fazia que constantemente os caminhos se modificassem.

*Procurar por Labirinto da floresta

Em um momento de pouca lucidez o algoz amarrou uma corda que carregava na cintura na ponta da árvore e segurando firme na corda se lançou lá de cima dizendo.

Dimytri: “Vamos ver se essa magia se estende ao ar.”

Atrelegis: “O QUE?!” – Ao ouvir isso a concentração de Atrelegis se quebrou, cessando a nevasca e avançando os filhos do Bafomé.

A corda se esticou ao máximo, agora fazendo com que a árvore se dobrasse durante a queda de Dimytri, que ao chegar perto de Atrelegis o agarrou pelas vestes, quase sem sucesso, com a ponta dos dedos, em seguida sendo ambos arremessados pela árvore que voltava para a posição original. Os bafomés pulavam tentando alcançar os pés de Atrelegis, sem sucesso.

Atrelegis: “AHHHHHHHHHHHHHHHHHH...”

Atravessando a espessa quantidade de árvores os aventureiros do labirinto eram lançados até ficarem acima da copa delas. Em pleno ar e sem nenhum controle subitamente uma luz forte os transportou para um campo aberto onde em queda livre eles avançaram até caírem dentro de um rio.

*TCHUBBBmm*

Após alguns segundos submersos, agora emergiam os dois, zonzos e molhados, em direção a margem.

“Cof cof” – Cuspiam a água enquanto deitavam de barriga pra cima na grama.

Dimytri: “Olha só *COOF* a magia do labirinto se estende pra cima também... *COF*”

Atrelegis encarava Dimytri com uma feição serena e séria, ao mesmo tempo que ofegava, daquelas que só o ódio é capaz de proporcionar, em seguida enfiou a mão por de baixo de sua capa encharcada e retirou o Livro do Diabo estragado pela umidade, o olhou e fazendo cara de perda o atirou pra longe. Continuou a busca em sua capa retirando o orbe em forma de ovo e se virando para Dimytri, mostrando o orbe deu um leve sorriso.

...


Prontera – Praça Central
Meio dia

Lin aborrecida por ter vasculhado todas as pistas da cidade e não ter encontrado nenhum indício de por onde Dimytri havia passado se perguntava como Kidd conseguiu saber tal informação. Ficou parada olhando para as bandeiras dos jogos de guerra* penduradas na praça quando ouviu uma voz de um algoz que por ali passava.
 
*Procurar por Feudo das Valkírias

Algoz: “Pensando em se juntar a um clã de guerra? O nosso é muito bom, posso garantir.”

Lin: “Jogos não me interessam, me admira um algoz seguir esse caminho ‘olímpico’ enquanto deveria seguir a guilda.”

Algoz: “As guerras do emperium são ótimas para se treinar habilidades, não deveria descartá-las assim. Os melhores guerreiros foram forjados nelas. Inclusive algozes e mercenários.”

Um rápido pensamento cortou a mente de Lin e meio desacreditada perguntou.

Lin: “Por acaso algum Dimytri participa dessas guerras?”

O algoz ficou sério e respondeu: “O conhece? Ele participou durante muito tempo em meu clã. Acho um absurdo depois de tanto tempo acolhido lá ter ido embora.”

Lin: “Então você o conhece?!” – Disse ela enfática e surpresa.

Algoz: “Não o vejo a bastante tempo.”

Lin: “Onde posso encontrá-lo?”

Algoz: “Ele nunca foi do tipo convencional, não se hospeda em lugar nenhum e nem tem casa fixa. Acho muito difícil encontrá-lo, mas fiquei sabendo que ele costuma sempre visitar uma florista aqui na cidade. Ela tem uma banca de flores perto da entrada sul.”

Lin: “Obrigada!” – Disse Lin correndo em direção a entrada da cidade.

Algoz: “Está difícil recrutar gente hoje em dia...” – Falou com um olhar vago como quem pensa em algo mais.

Continua...

Menestrel Basära Rômani
Ano da descoberta de Moscóvia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

.