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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Diário do Jovem Aventureiro - Capítulo 01, a maldição

Livro Perdido

Diário do Jovem Aventureiro - Capítulo 01, a maldição


Kshar estava de pé, à frente da entrada da Esfinge gigante de Morroc, repassando o que conseguia lembrar do que acontecera há três dias. Ele se lembrou de ter feito um brinde a Aher, desejando-lhe sorte em sua jornada para se tornar um Lorde, e nada mais. Ele teve de ficar de cama por dois dias por ter bebido tanto. Isso era peculiarmente incomum, já que ele sempre evitava beber ou fumar. Ele não queria que nada prejudicasse seu equilíbrio ou seu olfato para detectar venenos, por isso ele nunca saía com seus companheiros para beber. Essa era mesmo sua primeira ressaca.

"Nossa, você parece bem enjoado. Andou bebendo? Pensei que você nem fizesse isso."

Kshar nem ergueu o olhar. Era a voz de Esmir, calma e levemente aguda como sempre. Apenas um dos líderes da guilda mostrando preocupação.

"Puxa, você está mesmo de ressaca. Nunca pensei que fosse ver isso. Ainda assim, é bom ver que você também tem dias ruins."

Ziklein. Outro líder da guilda veio ver como ele estava. Kshar deu de ombros, tentando mostrar que estava bem, e então respirou fundo. Ele havia sido tolo em tentar acompanhar a bebedeira de Aher. Seus superiores estavam aqui agora, e ele devia dar a eles qualquer atenção que pudesse. No entanto, eles não pareciam notar que ele era capaz de ouvir.

"Pensei que ele tivesse recebido sua missão há dois dias. Você acha que ele vai ficar bem?"

"Ah, sim. Então, ele bebeu até cair, mesmo tendo serviço? Que valente."

"Ei, Esmir. Você não devia ajudar o Kshar nessa tarefa?"

Esmir deu de ombros para Ziklein. Ele não sabia muita coisa sobre a tarefa. Ziklein começou a explicar a Esmir a missão que o senhor da guilda havia dado a Kshar. Eles continuavam conversando como se Kshar não os pudesse ouvir, e isso o deixou furioso.

Kshar olhou para o céu. O vento do deserto devia bloquear sua visão, mas ele podia ver o céu bem limpo e azul. A profundidade da cor deixou sua mente concentrada. Agora ele estava sóbrio, mesmo com uma dor de cabeça dos diabos.

"Aaaaaaaaahhhh!"

Kshar gritou para o céu (se era para elevar a energia ou para extravasar a raiva, é difícil dizer), e então correu direto para a boca da Esfinge. Ele havia estado lá tantas vezes que poderia se movimentar pelo labirinto de olhos fechados. Ele confiava somente nos reflexos, retalhando os Drainliares e morto-vivos que encontrasse pelo caminho.

"Essa missão é estúpida! Já deixamos bastante coisa escondida para os testes dos candidatos a Mercenários! Não sei por que ele quer mais!" Kshar cortou a garganta do Réquiem que o atacava por trás, com seu Katar direito.

"Mesmo que a gente precise, os Mercenários novatos podem cuidar disso! Eu devia estar trabalhando em algo mais importante!"

Os pensamentos furiosos de Kshar pulsavam em sua mente, junto com sua dor de cabeça. Ele viu um Zerom, abriu sua caixa com um chute, abriu sua cabeça e com o mesmo Katar esfaqueou um Drainliar que se aproximava, em uma ação fluida. Os monstros ficaram caídos no chão de pedra, sobre uma poça de seu próprio sangue.

Do lado de fora, os Mercenários veteranos conversavam.

"Por que o Senhor da Guilda implica desse jeito com o Kshar? Sabe, esse cara é o melhor dos melhores. Mesmo que não goste do Kshar, não devia dar a ele esse tipo de missão."

"Esmir... O senhor tem tudo planejado. Nunca pensou em como o Kshar ficou tão forte em tão pouco tempo? Ele quer provar ao senhor que pode fazer tudo o que lhe for pedido. É claro que o Kshar está furioso, mas o Senhor da Guilda o está motivando, do seu próprio jeito. Logo você vai entender o que digo..."

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