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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Gênese

A Origem



Ragnarök pode ser considerado praticamente o “Apocalipse” da Mitologia Nórdica, onde geralmente era retratada em esculturas e livros, representando o fim do cosmos. 

Ao começar a criação, mesmo no centro do espaço abria-se Ginnungagap, o terrível abismo sem fundo e sem luz, circundado por uma massa de vapor. Ao norte estava a Terra de Niflheim - o mundo de água e escuridão que se abria ao redor da eterna fonte de Hvergelmir. Dessa fonte nasciam os 12 rios do Elivagar, as doze correntes que corriam até a borda do seu mundo, antes de encontrar-se com o muro de frio que gelava as suas águas, fazendo-o também cair no abismo central. Com um estrondo ensurdecedor, as águas escoavam abismo adentro, para muito longe de sua origem, onde em alguns pontos a água congelou, formando assim camadas sobrepostas de gelo que foram pouco a pouco preenchendo o abismo.

Ao sul deste caos estava Muspelheim, o mundo do fogo, cuja custódia estava encomendada ao gigante Sutr e seus filhos, os gigantes do fogo que lá viviam. Este gigante era quem lançava nuvens de centelhas ao brandir a sua espada chamejante, enchendo do seu fogo o céu, mas este fogo quase não conseguia fundir o gelo do abismo e o frio venceria de novo, fazendo com que se elevasse uma coluna de vapor que também não podia fugir do abismo, dado que, ao encontrar-se com o mundo do gelo, condensavam-se as grandes colunas de umidade, enchendo de nuvens o espaço central, impedindo que qualquer caminho fosse encontrado.

Deste lugar surgiu o Gigante Ymir, a personificação do oceano gelado e dos pedaços de gelo. Enquanto ele dormia, o suor de seu corpo formou o primeiro de sua prole glacial. Tempos mais tarde, tomado pela fome sua e de seus filhos, criou uma vaca chamada Audhumla, e de seu úbere corriam quatro rios de leite, de onde se alimentavam Ymir e seus filhos. Para se alimentar, a vaca lambia as pedras de gelo salgado, e após três dias ela descobriu no gelo um homem forte e esbelto chamado Buri.

Buri casou-se com uma das filhas de Ymir e teve um filho, Bor, que teve três filhos com outra donzela gelada, chamados Odin, Vili e , os primeiros Aesires. Logo que os gigantes tornaram-se cientes dos deuses, eles começaram uma guerra violenta. Ymir e seus filhos avançaram com fúria sobre Bor e sua prole. A guerra durou anos a fio, com sangrentas lutas travadas a cada dia. Morroc, um dos favoritos de Ymir, engalfinhou-se com Odin numa luta que, por um instante, fez todos pararem para assistir. A luta entre o aesir e o gigante só terminou quando Odin derrubou Morroc.

A guerra seguiu até a morte de Ymir, cujo sangue afogou todos os gigantes de gelo, exceto Bergelmir, do qual teve origem uma nova raça de gigantes de gelo. Morroc, um dos únicos sobreviventes, foi arremessado em direção a Muspelheim, de onde nunca deveria conseguir escapar.

Odin e seus irmãos carregaram o corpo de Ymir para fora do Ginnungagap e fizeram a Terra de seu corpo e as rochas de seus ossos. Pedras e cascalho originaram-se dos dentes e ossos esmigalhados do gigante morto, e seu sangue preencheu o Ginnungagap, dando origem aos lagos e mares. A abóbada celeste foi formada de seu crânio esfacelado. Dos parasitas do corpo de Ymir, eles criaram os anões, e quatro anões chamados Nordri, Sudri, Ausdri e Wesdri sustentam o crânio de Ymir.

Do cabelo de Ymir formou-se a flora, e de seu cérebro originaram-se as nuvens. Brasas de Muspelheim foram colocados no céu, e assim surgiram as estrelas. A Terra era um grande círculo rodeado pelo oceano, e os deuses haviam construído uma grande muralha a partir das pestanas de Ymir, que circundavam este local que eles nomearam Midgard. Uma enorme serpente chamada Jormungand, a Serpente, rodeia toda a extensão do círculo da Terra, devorando qualquer homem que queira sair de Midgard.

Após isso, Odin e seus irmãos criaram o lar dos deuses, Aasgard a Cidade Dourada. Em seguida Odin criou mais deuses, os Aesires, para povoar Aasgard. Um outro grupo de deuses, os Vanires, surgiu exatamente antes ou após os Aesires. Suas origens são muito misteriosas, mas eles parecem povoar Vanaheim, uma terra próxima de Aasgard. Os Aesires são claramente deuses da guerra e do destino, enquanto os Vanires aparentam ser deuses de fertilidade e prosperidade.

Por um longo tempo uma terrível guerra ocorreu entre estas duas raças divinas, causada pelo rapto de uma Vanir, Gullveig, que guardava o segredo de criar riquezas, fato este que atiçou a cobiça dos Aesires. Nenhum dos lados parecia próximo de alcançar a vitória. A paz foi finalmente arranjada quando os dois grupos concordaram em trocar reféns. Os Vanires mandaram Njörd e seus filhos gêmeos Freyr e Freya para viver com os Aesires, e estes mandaram Hoenir, um homem grande que eles disseram ser um de seus melhores líderes, e Mimir, o mais sábio dos Aesires, para viver com os Vanires. Os Vanires ficaram desconfiados de Hoenir, acreditando que ele era menos capaz do que os Aesires disseram e percebendo que suas respostas eram menos autoritárias quando Mimir não estava presente para aconselhá-lo. Quando eles perceberam que haviam sido trapaceados, os Vanires cortaram a cabeça de Mimir e mandaram-na de volta aos Aesires. Aparentemente, os Aesires consideraram isto como um preço justo por terem enganado os Vanires, pois os dois lados permaneceram em paz. Com o passar do tempo, as duas raças foram se integrando e tornaram-se grandes aliadas.

Após estabelecerem controle sobre Aasgard, Odin criou o primeiro homem, Askr, de um salgueiro e a primeira mulher, Embla, de um olmo. Odin deu a cada um dos dois um espírito, Hoenir os presenteou com seus cinco sentidos e a habilidade de se mover, e Lodur deu a eles vida e sangue.


O Surgimento dos Reinos

Midgard não conheceu paz durante muito tempo após sua criação. Era uma constante batalha entre humanos e monstros. Foi nessa era que surgiram as lendas como a de Fenrir e Tyr, O Anel dos Nibelungos, Thor e Mjolnir entre outras. Mas uma era a mais importante: A lenda de Jormungand. A grande serpente fustigava os humanos impiedosamente. A cada dia, a cada ataque, mais e mais corpos eram queimados nas piras, mais e mais famílias choravam. Jormungand era invencível, um monstro de imenso poder. Até que se ergueram sete heróis. Liderados por Tristão Gaebolg I em uma batalha com estratégias jamais vistas, os sete conseguiram forçar a serpente a sair de Midgard e retornar ao seu lugar de direito. E finalmente uma trégua foi feita entre deuses, humanos e monstros.


Onde antes habitava a serpente, criou-se um reino, batizado pelos sete heróis de Rune Midgard. Ao mesmo tempo, no que seria futuramente chamado de Deserto de Sograth, erguia-se uma civilização que venerava outros deuses e, nas florestas a Leste, um império que venerava o Sol, a Lua e as estrelas. Eram Epitus e o Império de Payon, respectivamente.
 
Rune Midgard mantinha-se fiel aos deuses e, devido à sua origem guerreira, especializou-se na arte do combate, tornando-se um reino altamente militarizado. Epitus, venerando seus deuses antropomórficos, tornou-se um país altamente religioso, onde seu líder era tido como uma encarnação de seus deuses em Midgard. Por fim, Payon era um reino assolado por monstros, tornando-se um reino guerreiro também, mas tendo como maior especialidade à luta desarmada e o uso do arco e flecha.
 
Mas a paz de Midgard acabaria alguns séculos depois. Alguém há muito esquecido conseguiu retornar, trazendo consigo uma horda de monstros acumulada em milênios. Era Morroc, filho de Ymir, sedento por vingança contra Odin e suas crias. Foi um massacre impiedoso contra os humanos. Epitus foi atingida diretamente por monstros que vinham a sudoeste, e, mesmo com reforços de Rune Midgard e Payon, foi posta em ruínas em apenas doze dias. Payon agora era a próxima refeição para a fúria de Morroc. Após essa esmagadora vitória, as pessoas não apenas de Payon, mas de Rune Midgard também, começaram a fugir. Os habitantes Império de Payon, como estavam encurralados, começaram a apelar para a saída ao mar, preferindo arriscar-se a enfrentar Morroc. Os fugitivos de Rune Midgard rumaram ao norte. Uma parte das caravanas ficou no meio do caminho, passando a habitar o planalto de El Mes, enquanto o resto continuou avançando pelo deserto que foi descoberto ao Norte.
 

O Império de Payon tremia em pânico até que um jovem abriu caminho entre o exército de Morroc,o desafiando para um combate mano-a-mano. Seu nome era Thanatos, um guerreiro cuja origem era desconhecida. Morroc aceitou e ambos lutaram por dez dias e dez noites. A luta partiu o céu e tingiu o solo de vermelho. O embate era tão brutal que até mesmo o calor que havia nas areias fugiu para nunca mais voltar. E então Thanatos cravou sua espada no rosto de Morroc, derrotando o gigante e o lacrando novamente em Muspelheim.

Após a vitória, Thanatos ordenou que, no lugar do selo, fosse construído um castelo. Não demorou para que fosse completamente terminado, levando pouco mais de cinco anos. Enquanto isso, uma fortaleza muito maior era erguida em outro deserto enquanto seus habitantes oravam a Freya e Freyr, os irmãos gêmeos, pela fertilidade da terra e outros lutavam para sobreviver à hostilidade do terreno. Surgiria assim Arunafeltz, servente a Freya e a República de Schwartzwald, herdeiros do
conhecimento.

Seguiram-se poucas guerras após isso e então, tudo cessou. Finalmente Midgard conheceu uma paz duradoura, onde não havia mais guerras e massacres. Apesar disso, essa paz ainda é instável, uma vez que nem todos os antigos guerreiros foram mortos. E alguns ainda querem vingança...

Idade da criação,
Diego Toniolo "Akahai Shora" do Prado
 

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